Início Sobre Mim Contato Relatos de Partos
Sejam Bem Vindas (o), finalmente consegui colocar meu blog no ar, espero poder mantê-lo sempre bem atualizado. Criei este blog no intuito de ajudar gestantes e futuras gestantes a se informarem mais sobre o processo gestacional vivido ou desejado... Por vivermos em um mundo capitalista e consumista hoje quando engravidamos a primeira preocupação sempre é com enxoval, quarto, chá de bebe etc... E esquecemos um pouco desse processo de tamanha magnitude que é gestar, dar a vida a um outro ser. Infelizmente mais de 50% das mulheres hoje fazem cesaria por opção, pois para elas não mais existe outra forma de "dar a luz", e ter um parto natural sem intervenções usufruindo dos benefícios do próprio corpo, é totalmente absurdo e totalmente anormal.
O nosso principal trabalho é o condicionamento da mente porque o corpo já está pronto. Lembrando sempre que a cesariana é um ótimo recurso se bem indicado, então não somos contra esse tipo de interferência! Aqui no blog postarei alguns artigos que possam ajudar no condicionamento da mente e preparo do corpo! Espero que gostem e por favor postem também opiniões, sugestões etc....

Grata

Relato de Parto – Carol, Patrik e Joaquim
Quando pensava em ter um filho sempre tive na mente que eu queria um parto normal, porque como o próprio nome diz é “normal” né? Pra mim “mulher corajosa” sempre foi aquela que estava disposta a deixar alguém cortar sei lá quantas camadas do seu corpo, quando o bebê pode sair sem deixar nenhuma cicatriz.
Mas bem, descobrimos que estávamos grávidos no dia 18/11/2011 e passado todo o êxtase inicial da descoberta fui procurar um(a) obstetra do meu convênio mesmo. Comecei as consultas pré-natais com esta médica, mas também comecei a ler alguns artigos e blogs na internet sobre gravidez e parto e fui descobrindo tod um novo mundo chamado “Maternidade Ativa”. Cheguei ao site do GAMA (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa) e lá aprendi o que era uma doula e decidi que queria uma pra mim (rs).
Junto com o meu marido em uma consulta perguntei a essa médica sobre as questões do parto e a resposta dela foi de que era muito cedo para pensar nisso, mas que de qualquer forma eu não deveria criar muitas esperanças sobre o parto normal para não me frustrar, já que diversas condições podem levar a uma cesariana. E aí ela fez uma lista de todas as complicações e completou dizendo que o estilo de vida da mulher atual dificultava as coisas também.
Para tudo! Como assim? E o que dizer dos EUA, onde mais da metade da população está acima do peso e os índices de parto normal são superiores aos de cesárea.
Mas continuei indo nesta médica, só que me informando cada dia um pouco mais. Nestas buscas encontrei a doula Priscila Rezende, que apesar de não poder me acompanhar no parto foi até a nossa casa e esclareceu várias das nossas dúvidas.
Para o meu marido toda essa discussão não fazia o menor sentido, porque ele é suíço e por lá cesárea é indicação médica para casos graves, quando o parto vaginal realmente não é possível. Por essa razão o apoio dele foi ainda mais forte.
Depois da conversa com a Priscila comecei a sentir uma angústia e um aperto no coração. Eu vi ali que o que eu buscava era na verdade um parto humanizado, fosse ele vaginal ou cesárea, e que eu não conseguiria isso com a minha médica atual (triste!).
Assim, com 28 semanas conheci a Dra. Deborah. Foi paixão à primeira consultaJ Adorei a posição dela sobre parto e a forma como ela tratava as pacientes. Para mim ficou claro que aquele era o caminho a seguir, pois eu sabia que ela respeitaria nossas decisões e, principalmente, não me submeteria a uma (desne)cesárea.
E por indicação da Déborah nós encontramos a Natália, nossa doula querida. Com as duas nas nossas vidas ficou mais fácil tomar as decisões para o momento mais importante das nossas vidas. E com as conversas com a Natália e depois de ler muito eu já tinha chegado à conclusão de que a primeira opção seria por um Parto Natural, sem anestesia e sem qualquer outra intervenção, a não ser que a Déborah considerasse necessária.
As semanas foram passando e a minha DPP era dia 27/07, mas eu já estava falando pra todo mundo que seria em agosto, porque não queria aquela pressão das últimas semanas e gente falando que o Joaquim iria passar da data.
No dia 17/7 eu fui ao consultório da Déborah para mais uma consulta. Chovia muito (aliás, a última chuva que tivemos até hoje pelo menos), mas lá fui eu de ônibus e metrô (!!). Pela primeira vez ela vez um exame de toque e disse que a cabecinha dele já estava encaixadinha, mas que o colo ainda estava alto. Ei fiquei tranquila porque realmente achava que ainda levaria mais uns 15 dias e ela também concordou.
Voltei pra casa, fiz a janta, comemos e fomos dormir. Deitei na cama por volta das 23h e senti uma contração. Como na semana anterior nós tínhamos sido enganados com algumas contrações de treinamento, fiquei bem tranquila e nem dei muita atenção. Dali a pouco, mais uma contração (um pouquinho mais forte do que as da semana anterior). Decidi levantar para não acordar o Patrik e fui ao banheiro. E para minha surpresa a bolsa estourou ali mesmo.
Acordei o Patrik, mas estávamos calmos. Já tínhamos lido que depois que a bolsa estoura ainda pode levar um tempo para o trabalho de parto iniciar. Liguei para a Natália para avisar, depois pra Déborah e decidimos que eu ia ficar em casa, tentando dormir e guardando forças para quando a coisa realmente ficasse mais intensa no outro dia.
O Patrik foi abastecer o carro e eu voltei pra cama. Só que era impossível ficar na cama. Assim que eu deitei veio outra contração e mais outra. Bom, conclui que o TP havia começado. Mas tudo bem, era minha primeira gestação e a evolução do TP seria lenta, começando com contrações espaçadas e eu já estava preparada para umas 12 horas de TP.
Só que aí logo veio outra contração. Dali a pouco outra. E eu comecei a me perguntar onde é que estavam aquelas contrações com intervalos de 10 minutos para eu poder descansar. Comecei a contar os intervalos: 3 em 3 minutos!
Comecei a caminhar pelo apartamento, fazendo as respirações e as posições que eu havia treinado, porque já estava impossível ficar deitada. Quando o Patrik voltou, eu já estava na sala urrando de dor. Sim urrando, porque vem um espírito animal que vc sente vontade de urrar mesmo, não de gritar.
Ligamos pra Natália e enquanto conversávamos veio mais uma contração e ela percebeu que a coisa estava bem adiantada. Pediu ara eu ligar para a Déborah, porque ela achava melhor irmos pro Hospital. Ligamos pra Déborah e ela “ouviu uma contração” e a a opinião foi a mesma.
E eu me perguntando: cadê aquelas contrações com intervalos para eu poder descansar!!
Fomos pro Hospital e quando chegamos, por volta da 1h da manhã, eu já fui direto pro pré parto e a enfermeira fez o exame de toque e já confirmou: 7 centímetros. Tudo isso em 2 horas?? Puseram o cardiotoco e eu fiquei lá esperando a Natália. O Patrik, coitado, resolvendo a papelada na recepção.
Quando a Natália chegou nós fomos pra sala de parto. Eu andando mesmo, porque era impossível sentar ou deitarJ Quando eu cheguei lá as contrações estavam super fortes. Eu sabia que aquele era o momento em que as mulheres pedem por anestesia e batem nos maridos. Só não bati no meu porque ele ainda não tinha chegado.
A Natália chegou lá e me colocou na banheira e aí veio o primeiro alívio. Nossa! 70% da dor que eu estava sentido foi embora com a água quente da banheira e a massagem dela. Lá estava bem gostoso, mas não confortável o suficiente para o parto.
Quando o Patrik e a Déborah chegaram eu saí da banheira, mas ficamos ali no banheiro mesmo. Eles trouxeram o banquinho para eu ficar de cócoras e aí a Déborah e a Natalia sentaram no chão e ficaram lá esperando o Joaquim chegar.
Nesta fase final o apoio do Patrik foi fundamental não só psicológico, mas também físico, porque eu só conseguia fazer força nas contrações quando eu me apoiava nele. Ali nós ficamos umas duas horas (acho, né!) e aí começaram a vir as últimas contrações. E foi impressionante a vontade de empurrar neste momento. Eu só queria que elas não parassem E a dor das contrações? Não sei! Não lembro muito bem, mas com certeza nem se comparavam com aquelas que eu sentia quando cheguei ao hospital.


E com os puxos comecei a sentir a cabecinha dele saindo. A Déborah disse “mais uma” e aí veio o tal do círculo de fogo, minimizado graças a 3 semanas de treino com o Epi-No. E então saiu a cabeça. Alívio imediato e indescritível. Mais umas contrações e então ele saiu totalmente. Foi maravilhoso ouvir aquele chorinho, soluçado (que ele faz até hoje, a propósito).
Ele nasceu às 3h25,no dia 18/07, depois de APENAS quatro horas de trabalho de parto!
Poder sentir meu filho, inteiro, no meu colo. O Patrik ali do meu lado. Foi tudo impressionante e maravilhoso. E ver que eu consegui. Não fisicamente, porque quando eu ponho algo na cabeça eu vou até o fim, mas saber ali que nós superamos os obstáculos que a sociedade e o nosso sistema de saúde têm imposto às mulheres para que um parto normal não ocorra.




 
Eu só tenho a agradecer. À Natália, por todo o apoio antes e durante o parto. À Déborah pela paciência e pela humildade, deixando que nós fôssemos os protagonistas. E, claro, ao meu marido, que sempre esteve ao meu lado, apoiando todas as minhas decisões, principalmente a de trazer o nosso filho ao mundo por meio de um parto humanizado.
 
 
É DIREITO SEU!!!!


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• Ser ouvida, ter suas dúvidas esclarecidas e poder se expressar, sem vergonha de chorar, gritar ou rir. Ninguém pode ignorar, maltratar ou mandar você se calar.
• Ficar livre para se movimentar, o que ajuda a aliviar a dor.
• Ter um acompanhante, que pode ser quem você quiser.
• Usar roupas que não causem vergonha ou desconforto.
• Recusar a lavagem intestinal e a raspagem de pelos, que são desnecessárias.
• Receber alimentos leves e líquidos se sentir fome ou sede.
• Não permitir que rompam a sua bolsa antes de ela arrebentar sozinha, porque isso pode aumentar as dores e contrações, fazer o bebê entrar em sofrimento e causar uma complicação gravíssima, chamada prolapso do cordão umbilical.
• Só receber o soro para apressar o parto (indução com ocitocina) se for necessário, porque ele aumenta muito as dores e pode fazer o bebê entrar em sofrimento.
• Só receber a anestesia se quiser e depois de ser informada sobre os riscos.
• Recusar o corte da vagina (episiotomia). Às vezes o médico faz um corte quando precisa usar o fórceps, ou quando o bebê tem que nascer rápido. Mas, se tudo estiver bem, esse corte não é necessário. Sete entre dez mulheres não laceram (não rasgam), e as que laceram normalmente têm ferimentos menores do que os de um corte.
• Parir na posição que achar mais confortável. Parir deitada com as pernas para cima dificulta a oxigenação (respiração) do bebê dentro da barriga, faz o parto demorar mais e leva você a fazer mais força, aumentando as suas chances de lacerar.
• Só fazer cesariana caso ela seja necessária, e depois de informada do motivo e dos riscos envolvidos. A cesariana feita sem motivo aumenta em três vezes a chance de você ou o bebê morrerem. Apenas 15 em cada 100 gestantes realmente precisam de cesariana. Antes de escolher um médico, veja se o percentual de cesarianas dele não está muito acima disso.

Depois de parir, se você e seu bebê estiverem saudáveis, é direito seu:

• Ter contato físico imediato com seu bebê assim que ele nascer.
• Exigir que esperem que o cordão pare de pulsar para cortá-lo, o que diminui as chances de o bebê ter anemia, além de ser mais confortável para ele.
• Ficar com o bebê sempre junto de você, amamentando-o à vontade.
• Recusar que ofereçam ao bebê água com açúcar, leite artificial, bicos, chupetas e mamadeiras, porque prejudicam a amamentação.
• Receber orientações sobre a amamentação e suas vantagens.





por Leticia Penteado.
A matéria e um máximo e muito explicativa, talvez vocês já tenham visto ou ouvido falar, mas acho que sempre que possível vale a pena rever!
Beijos
Nati
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Relato de Parto Andresa, Alex e Alexandre.

 Bom eu nunca achei que fosse capaz de fazer muitas coisas, quando eu engravidei passava com o meu ginecologista de sempre, ai comecei a me informar sobre os tipos de parto que queria, foi quando conheci o parto humanizado, logo de cara me apaixonei e decidi que seria esse. Então fui ao meu médico perguntar como fazer e ele me informou que é contra esse tipo de parto “porque judia muito da mulher”. Eu é claro não me conformei e fui atrás de quem faria, depois de muita busca encontrei a Dra. Débora, eu já estava com seis meses.
Então quando eu estava com 36 semanas não sentia dor nem nada, só estava gripada e percebi que o meu tampão estava começando a sair, ai a Dra. Débora já havia me indicado a Natalia como doula, comentei com ela e ela me tranqüilizou porque se a bolsa não estourou tudo bem. Mas como eu estava gripada resolvi ir ao hospital e encontrei a Dra Débora e a Natalia lá, fiz um exame e mostrou que eu estava com três dedos de dilatação a Dra falou você já esta com 37semanas e esta com contração se ele quiser nascer vamos deixar vir mesmo com 37 semanas, ai achamos que nasceria no final do mês e marquei uma ultima consulta com a Dra Débora.
No dia 21/10 as 13:00 hs fui para a consulta sem sentir nada, na consulta foi tudo bem tranqüilo como achávamos que iria demorar mais umas três semanas para ele nascer ela me emprestou o Epi-no um aparelho para ajudar na eslaticidade do períneo para não haver laceração. Fui para casa e falei com meu marido vou dormir um pouco depois faço, vejo como funciona o Epi-no, isso era 17:00hs. De repente acho até que escutei um estouro, acordei assustada e quando levantei começou a descer uma água, ai percebi que havia chegado a hora chamei meu marido no quarto e ele apareceu com os olhos arregalados rsrsr acho que ele também percebeu rsrs. Liguei para Dra Débora que me pediu para marcar as contrações, meu marido começou a marcar e estava de 5 em 5 minutos, como era sexta-feira a noite ela falou que podia ir para o hospital pois poderia estar transito e assim eu fui.
Chegando la as contrações já estavam mais fortes, fiquei super preocupada porque as enfermeiras não escutam muito o que agente fala e eu tinha medo de chegar la e elas quererem me fazer cesárea, ficava toda hora perguntando se a Natalia ou a Dra tinham chegado, fizeram o exame de toque e eu estava com 7 dedos de dilatação. Enfim me informaram que a Dra e a Natalia já estavam na sala de parto me esperando, é engraçado como fiquei com medo de tudo, queria ir andando para sala mas fiquei com medo de desmaiar no caminho então fui de cadeira de rodas mesmo. Cheguei à sala e encontrei a Natalia e a Dra ai fiquei com medo porque meu marido tava na recepção fazendo o registro e não chegava logo. A essa altura já era 23:00hs meu marido chegou e eu estava com muita dor, o ambiente é bem tranqüilizante, pouca luz, musica, incenso mas mesmo assim tava com muita dor, sentei na bola, deitei, levantei, andei e dor. Até que a Natalia falou se eu queria entrar na banheira, não tive duvidas, na hora que entrei aaaa até arrepiei de tão gostoso o alivio que deu rrsr . Logo em seguida comecei a sentir muita dor novamente e a Dra falou você deve estar com 10 de dilatação e fez o toque dito e feito já tava com 10. Ai o bixo pegou porque doía muito, ai só para variar fiquei com medo, porque tava com tanta dor que achava que ia desmaiar e tava com medo de não conseguir fazer força. Foi quando ela falou se quiser pode empurrar e eu o fiz, na segunda vez falei que não tava agüentando (É incrível a paciência que elas tem rsrsr) a Dra falou “já da para ver a cabecinha, coloca a mão para sentir”. Quando eu coloquei a mão senti os cabelinhos do meu príncipe e pensei “agora é só eu e você” e assim foi mais força 2 vezes e a cabeça saiu, não senti o tal circulo de fogo que falam. Logo em seguida meu príncipe já estava em meus braços. Sem complicações, sem nenhuma intervenção, sem laceração, enfim perfeito um parto perfeito na água como sempre sonhei. Agradeço muito ao meu marido que ficou o tempo todo ao meu lado apoiando, a Dra Débora e a Natalia que foram maravilhosas com muito apoio, paciência e competência, teve também o Dr. Cácá que conheci na hora muito fofo e atencioso.
É isso, nada do que eu ou qualquer outra pessoa possa falar, descreve esse momento único em nossas vidas, o AMOR é tão forte entre nós (eu, meu marido e nosso príncipe) que naquele momento quem entrasse na sala ia sentir. E a partir daquele momento me sinto capaz de tudo principalmente se for pelo meu Alexandre.






Relato de parto Andresa, Alex e Alexandre - Parto Natural hospitalar na banheira!
Andresa obrigada por seu lindo relato, e foi muito especial para mim poder estar presente neste momento tão especial na vida de vocês!
Beijão!
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Relato de Parto Juliana

“Se no parto há um desafio, é fazer com ele nos pertença. Que o primeiro instante da vida dos nossos filhos tenha a marca de nossa singularidade. Que eles não sejam arrancados de nós pela lógica do quanto mais rápido e indolor, melhor. Não somos um um colo que dilata, uma bolsa que rompe, um útero em contração. Somos essa vida que gerou outra vida. Cuja única possibilidade de imortalidade é dar à luz um novo ser.”


         A notícia da gravidez para nós foi uma alegria. O que eu não esperava era viver um momento tão especial... Fevereiro de 2011. Estou grávida! Com a confirmação da gravidez comecei a pensar  qual seria o sexo do bebe, nomes e parto: normal ou cesárea. Em certa tarde, conversando com minha amiga, cunhada e doula Natalia Tribeck, ela me perguntou se eu preferia parto normal ou cesárea. Sem exitar respondi que preferia parto normal porque a recuperação era muito mais rápida. Ela não se mostrou muito satisfeita com minha resposta e fomos conversando até que chegamos ao assunto sobre parto domiciliar. A principio achei meio loucura tudo aquilo. Imagina? Ter um bebe em casa, fora do ambiente hospitalar. Era modernismo demais para mim... Acho que a Nati percebeu que fiquei resistente a idéia. No entanto, ela não insistiu. Me emprestou um livro chamado Parto Ativo e disse para eu ler e depois contar a ela o que achei. Foi a melhor coisa que ela poderia ter feito. A cada capítulo lido eu ia me apaixonando pela idéia e causa do parto humanizado. Passei a ter vontade de protagonizar meu próprio parto. Fui entendo sua fisiologia, conseqüentemente o porquê da dor e todo o processo que acontece com a mãe e o bebe durante esse período. Cada vez  estava mais disposta a proporcionar ao meu filho um nascimento suave, onde o tempo DELE fosse respeitado. Entendo a batalha que o bebe trava na hora do nascimento, sentia uma vontade enorme de poder fazer parte dessa história de forma que eu como mãe, pudesse ter meus instintos respeitados, para poder estar e ser, para o meu filho um porto seguro em que ele pudesse confiar e contar comigo nesse momento. Para mim, passou a ser essencial que ELE soubesse que NÓS DOIS, tão somente nós, estaríamos na mesma sintonia. No mesmo ritmo. Mesmo pensamento. Não mais imaginava que por imediatismo humano, pudessem simplesmente arrancá-lo de mim tirando-me o direito de recebê-lo da forma mais natural possível: sem intervenções médicas. Passei a creditar que parir é um processo fisiológico e que se eu me preparasse seria capaz de dar a luz desta forma.
Ainda alimentando a idéia de ter um parto natural, li mais um livro que foi maravilhoso e decisivo: Parto com Amor. Ao ter lido os depoimentos de todas aquelas mulheres que lutaram para ter seu direito de parir respeitado me decidi: “É isso que eu quero para mim e para o meu filho”.
O Murilo, meu esposo, sempre me deu força. Demorou um pouco para entender o porquê da minha escolha. Mas, respeitou minha decisão e com o passar do tempo abraçou a causa também.
Eu e a Nati passamos a conversar mais sobre o assunto. Ela ia tirando minhas dúvidas, me dando algumas “dicas” e entre uma massagem e outra (feitas por ela) eu ia me encontrando com o meu Miguel. Esse é o nome que escolhemos para ele.
Eu ia dizendo a ele que não estava sozinho e que eu estaria ativamente com ele nessa longa viagem que faria até chegar em meus braços. A cada conversa, sentia que havia entendimento e consentimento entre nós. Nossas conversas transmitiam segurança para nós e estreitava cada vez mais nosso relacionamento.
Feito a opção pelo parto natural, a questão agora era: onde vou ter o meu filho? Nosso apartamento ainda não estava pronto e eu não me sentia a vontade para tê-lo na casa dos meus pais. O médico do pré- natal só fazia parto particular e não tínhamos condições financeiras para arcar com o valor naquele momento. E por fim, ao pesquisar os hospitais atendidos pelo convênio constatei que o índice de cesáreas era muito alto e que a probabilidade de eu consegui um parto normal era quase zero e parto humanizado então era nula. Diante dessa situação, senti um vazio enorme. Comecei a pensar que tinha que ter uma saída, outra forma. Comecei a vasculhar a internet. Foi quando “achei” as casas de parto. Em São Paulo, havia três: duas localizadas do outro lado da cidade. Muito longe para mim. Mas havia uma na zona sul. Perto de casa. Entrei no site, se chamava CASA ANGELA. Li as informações que encontrei e por alguns instantes me perguntei se existia mesmo aquele lugar. Bom, liguei e para minha surpresa alguém atendeu. Expliquei minha situação e marquei uma visita para conhecer a casa. Chegando lá fiquei encantada. Ela existia mesmo! Era linda. As pessoas acolhedoras e sorridentes. Tudo muito limpo e aconchegante. Sem nenhuma semelhança com ambiente hospitalar. Disse a mim mesma: “Filho é aqui que você vai nascer. Você quer nascer aqui?” A sensação de bem estar em mim me dava à certeza que ele me respondia que sim.
Comecei a participar do grupo de gestantes e pré natal da casa. Fui informada que lá apenas gestantes de baixo risco poderiam dar a luz naquele local. Era tudo perfeito. Apenas uma coisa me deixara inquieta: por falta de verba a Casa Ângela estava com o atendimento ao parto temporariamente suspenso. Essa notícia deixou meu coração apertado, mas ao mesmo tempo algo me dizia que tudo daria certo.
Os meses foram passando e a cada consulta e grupo eu me identificava mais com a casa e com as pessoas que lá estavam. Sentia-me tão bem que contava os dias para poder retornar. Havia afinidade entre as partes e isso era essencial para o bom desenrolar do trabalho de parto. As parteiras da casa me transmitiam muita confiança e assim como elas, as demais pessoas que trabalhavam na casa não me deixavam perder a esperança de que eu teria meu filho lá.
Fui lendo diversos relatos de partos, assistindo vídeos e li mais alguns livros também.
Quando eu estava de aproximadamente 36 semanas, em uma das consultas recebi da Camila a deliciosa notícia: “Jú, nós vamos fazer o seu parto aqui na casa. Você quer muito ter seu filho aqui e nós queremos muito fazer o seu parto”. Era tudo o que eu queria ouvir. Foi bom demais ouvi-la falar. Senti como se uma pedra tivesse sido retirada do meu caminho. Pensei: “Filho agora sim! Esta tudo certo. A hora que você estiver preparado eu também estarei. Estou com você sempre. Vamos nos encontrar em breve”.
Os dias foram passando e eu tentava controlar a ansiedade do esperado encontro.
37, 38, 39 semanas... Nada de perder o famoso tampão ou do rompimento da bolsa. Sentia apenas algumas contrações ainda sem ritmo.
Nesta fase, diante da minha tranqüilidade, era impressionante como algumas mulheres sentiam a necessidade de me dizer que a hora estava chegando e que a dor do parto era terrível... Sentia um pouco de tristeza ao vê-las pensar assim, pois  um momento tão bonito na vida daquelas mulheres havia sido manchado por uma seqüência de fatos que as faziam lembrar apenas da dor. Não conseguiam  ver entrega, amor e doação. Apenas a dor. Era o que mais forte ficara na lembrança delas. E então comecei a entender o porquê dessa necessidade de falar da dor. Havia sido isso que deixaram para que elas compartilhassem.
03 de outubro. Consulta na Casa Ângela. A Camila me recebeu, fizemos os procedimentos de rotina. Graças a Deus estava tudo bem. Eu não sentia nada de diferente das semanas anteriores, então me despedi das meninas e brinquei: “Amanhã eu venho para ter o Miguel”.
Saí da Casa Ângela, fui ao Shopping e depois voltei para minha casa.
Madrugada de 04 de outubro, 02h, mudança da lua... Fui me deitar sentindo um leve incomodo na região lombar. Essa dor já me acompanhava há alguns dias então não dei muita importância para ela.
04 horas da madrugada, acordei com vontade de ir ao banheiro. Sentei na cama, com as pernas cruzadas e quase que inconscientemente comecei a fazer movimentos para frente e para trás. Fiquei assim por alguns minutos e percebi que aqueles movimentos aliviavam minha dor, então deitei e pensei: “Preciso dormir!”.
06h da manhã acordo novamente. Dessa vez as contrações eram mais fortes e ritmadas. 03 em 10 minutos.
É hoje. Sei que ele vai nascer hoje!
Tomei um banho demorado, liguei para o Murilo, Camila e Natalia avisando-os que deveríamos ir para a casa de parto.
07h o Murilo chegou. Eu via a ansiedade natural em seus olhos. Tomei um chá e fomos em direção a Casa.
Era uma terça-feira fria. O trânsito estava horrível. O farol abria, fechava e nada acontecia. Estávamos parados no mesmo lugar. Olhei para o Mu e disse: “Não vai dar para esperar não!” Ele me olhou nos olhos e perguntou:” Posso sair desse trânsito do meu jeito?” Eu consenti. Enfim, fomos pela contramão, calçada... Não havia opção. Por sorte, um motoqueiro percebeu nosso desespero e foi pedindo passagem para nós.
08h Conseguimos chegar. A Rose me recebeu com um sorriso lindo e me deu um confortante abraço. Eu já não conseguia ficar em pé. Sentei no chão procurando uma posição para respirar melhor. Enquanto o quarto de parto estava sendo preparado, eu recebi uma maravilhosa massagem sentada no cavalinho. Parecia mágica. Depois da massagem, consegui levantar e caminhar em direção ao quarto.
Já no quarto, fizemos o cardiotoco e aqueles 20min deitada para mim foi uma eternidade. Para minha alegria, por volta das 08:30 vejo a Fran, a Camila e a Nati entrarem no quarto. Que alívio vê-las.
A Fran fez o toque e disse: “Nove centímetros! Jú nove centímetros de dilatação!” Eu mal podia acreditar. O nosso tão sonhado encontro estava muito próximo.
Fui para o chuveiro. Era tranqüilizador sentir a água escorrendo em minhas costas. O mantra indiano, a presença do meu amado, da Nati e das parteiras me davam confiança. A hora estava próxima. Fiquei alguns minutos sentada na bola em baixo do chuveiro. Respirava, sentia o calor da água e intimamente conversava com meu Miguel: “Chegou o dia meu amor. Você escolheu o dia de hoje. A mamãe esta aqui e não te deixará sozinho nessa viagem. Estamos juntos eu e você.
Saí do chuveiro e voltei para o quarto. Sentei novamente no cavalinho e me recordo de ter sido abraçada pela Nati. Desse momento em diante, não mais me lembro com clareza dos rostos presentes. Ouvia as vozes. Estava voltada para o meu eu, instinto. Senti vontade de entrar na banheira e logo que a mesma estava cheia entrei. A água novamente me acolhia. É aqui. É aqui que ele vai nascer.
O ambiente estava preparado como desejei no plano de parto: luzes apagadas, velas, incenso e o mantra indiano.
Sentia-me em outra dimensão. Procurava me preparar para as contrações. Quando fortemente elas vinham eu respirava na necessidade de mandar oxigênio para o bebe. E quando terminava eu procurava relaxar e lembrar da aliança que eu havia feito com o meu Miguel. Com os olhos fechados, ouvia a voz da Nati me dizendo: “Isso Jú! Respira... respira...” Quando eu tinha a sensação de estar perdendo o ritmo, a voz dela me trazia de volta.
Dentro da água meu corpo fazia movimentos espontâneos. Sentia a mão do Murilo junto á minha e seu rosto bem próximo ao meu. Ele dizia: “Isso amor. Você esta indo bem. Eu estou aqui...”.
Houve um momento que foi inevitável gritar. Não era um grito de dor e sim de força, de guerra. Grito de quem esta em batalha. Batalha pela vida.
Abri os olhos. Vi a Fran e a Camila na ponta da banheira. Elas me olhavam pacientemente. Nesse instante imperava o silêncio. O respeito por aquele que estava chegando. Fechei os olhos novamente e ouvi a Fran dizer para a Nati: “Olha a bolsa esta íntegra!”. Abri os olhos. Elas se olharam e sorriram.
Outra contração. “Ele esta vindo Jú” alguém falou. Nessa hora pensei: falta pouco. Eu podia sentir que meu viajante se aproximava lentamente. Sabia que ela estava perto. Mais uma contração. Força! Coloquei uma das mãos entre as pernas e pude sentir sua cabeça envolvida pelo suave movimento de seus finos cabelos dançando na água. “Meu Deus, é ele!” Meu coração acelerou. Em voz alta comecei a chamá-lo: “Vem filho, vem... estou te esperando”.
Mais uma contração. A cabeça saiu por completo. Respirei. Sabia que na próxima contração o teria por inteiro. “Ela, a contração, esta vindo Nati...” falei. “Agora Jú, força! Foi o que ouvi e lá estava ele: lindo, calmo, com a respiração forte e marcante.
As parteiras o pegaram e imediatamente o colocaram sobre meu peito. Ele ficou quietinho. Aconchegou-se e em silêncio nos olhamos pela primeira vez. Sentia como se ele me dissesse: consegui mamãe, estou cansado mas cheguei.
Foi lindo esse momento. Conversamos no olhar, nos tocamos. Sentimos um ao outro. Éramos apenas um nesse momento, um coração, um respirar, o mesmo calor, a mesma pele, a mesma emoção. Em seguida, assim que o cordão umbilical parou de pulsar, o Murilo o cortou.
 Instintivamente, o Miguel se alimentou em meu seio.
Éramos só alegria. Ela nasceu com 52 cm e 3700k. Um meninão.
Minha placenta ficou retida e tive que ser removida para o hospital para fazer curetagem. Mas essa é outra história...
Tudo valeu à pena. Nada e nem mesmo o tempo vai tirar de nós esse momento desejado e vivido com tanto amor, respeito e singularidade.
Sou eternamente grata primeiramente a Deus que sempre se faz presente em minha vida, ao meu amado Murilo, a minha cunhada, amiga e doula Natalia e finalmente a CASA ANGELA: Fran, Camila, Dau, Anke, Rose, Meire e Néia vocês são maravilhosas. Só tenho a agradecê-las por tudo que fizeram por nós. Ah, não posso esquecer-me do meu primogênito Vinícius: filho te amo demais e se eu pudesse voltar no tempo faria o mesmo por seu nascimento. Isso não o faz menos ou mais amado. Você tem seu lugar em meu coração assim como seu novo irmão. Amo vocês igual e incondicionalmente. Primas: Daia, Cassia e Paulinha obrigada pela força, presença e carinho de vocês. Pena que há apenas uma fechadura na porta e não deu para todas espiarem juntas rs. Amo vocês também.
Miguel: ei de vê-lo crescer. Um dia, poderá ler essas frases que marcaram os nove meses da nossa viagem. Mas se ainda assim preferir poderá escutar seu coração e sentirá a cada batida uma palavra dessas ecoar em seu ser.
“Tão longe do chão serei os seus pés nas asas do sonho rumo ao seu coração. Permita sentir, se entrega pra mim. Cavalga em meu corpo, minha eterna paixão”

“O trabalho de parto espontâneo em uma mulher normal é um evento marcado por uma série de processos tão complexos e tão perfeitamente afinados um ao outro, que qualquer interferência irá apenas distanciar o evento de seu caráter ótimo. A única coisa exigida dos espectadores é que mostrem respeito por esse imponente processo, cumprindo a primeira regra da medicina – nil nocere [não cause nenhum dano]”.106
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Relato de Parto Luana

Relato do meu parto
Hoje minha garotinha completa 4 dias de vida, tudo ainda é muito novo e ainda estou sob efeito do parto.
Sempre que lembro daquele momento me emociono foi incrível, intenso e muito especial.
Toda vez que lembro da minha médica tenho vontade de chorar e não terei nunca palavras para agradecer o que ela me proporcionou, entao vou começar meu relato por aí.
Minha gestação foi muito tranqüila, mas por conta de um erro médico, que não viu a Felipa no primeiro US, fui obrigada a acreditar que ela não viria e isso mudou o rumo da gestação.
Primeiro, descobri que a medica que me acompanhava até o momento, que eu sentia muita confiança, não poderia fazer meu parto no único hospital que meu plano cobria. Isso eu descobri quando conversamos sobre curetagem, já que segundo a médica do US, nao havia bebê.
Quando por fim o erro foi desfeito por um médico do convenio, retomei de forma bem lenta a sensação de estar gravida, só que agora cheia de medo de perder esse bebê tão desejado, enfim, fiz muita forca pra esquecer e seguir adiante.
Após alguns meses, mais confiante, retomei a busca por um obstetra para fazer meu parto.
Sabia que para ter as minhas vontades respeitadas, para que minha filha nascesse de maneira respeitosa precisava de um obstetra que acreditasse nisso também.
Como não conhecia nenhum outro médico que fazia partos humanizados fiz uma busca na internet e liguei para vários da lista e perguntava se faziam parto no Sta. Joana. A maioria não fazia, entao marquei com 2 que atendiam lá.
Na primeira consulta com um deles, ele me colocou pra ver vídeos, ficou vendo meus exames, não gostei. A segunda que se dizia humanizada disse que nao trabalhava com doula (como assim?) e tbm disse que teria que fazer tricotomia... Dançou tbm....
Então, sem mais escolhas, desesperada, resolvi dar uma ultima pesquisada, foi quando em uma lista achei a Deborah. Liguei, agendei uma consulta e pronto!  Na hora sabia que seria ela a cuidar de mim durante o parto.
Os meses passaram, tudo ótimo, até chegar as 40 semanas. Aí comecei a ficar ansiosa, queria conhecer a minha filha, mas ela parecia muito bem dentro da barriga.
Com 40 semanas e 5 dias depois da consulta  sai tranqüila achando que estava chegando, graças ao jeito tranquilo da Deborah.
E assim foi na madrugada seguinte as contracoes pegaram, 4:40 elas ficaram de 10 em 10 minutos e as 8:00 já estava com bastante dor.
Seguimos para maternidade, a deborah me examinou e já estava com 5'pra 6,'resolvemos ficar. Eu, ela, meu marido e a Nathalia (doula querida, chegou depois)
Já no delivery room, com a luz bem fraquinha, uma musica um insenso, fiquei na cadeira, na bola, no chuveiro enquanto a Deborah assistia sem pressão a evolução do parto. Recebi apoio dela, da nathalia e do meu marido o tempo todo, mas as 13:00 já estava ficando cansada.
Neste momento pedi pra ser examinada, pra saber como estava indo. Estava com 7 cm, aí resolvi que queria analgesia. Estava muito cansada.
Depois da analgesia as dores diminuíram, e em 30 minutos já estava com 10 cm, o problema era que nao sentia direito as contracoes pra fazer forca, entao essa parte foi bem ruim.
Fiquei mais de uma hora em diversas posições, mas nao sentia as contracoes, e a bb não descia com a minha força mas graças a Deus a dose foi bem fraca e logo a analgesia diminuiu e voltei a sentir as contracoes bem forte.
Só que nada da Felipa aparecer! Acho que nessa hora já estávamos todos cansados e foi aí que apareceram o Caca ( neonatologista, mas excelente parteiro) e a Betina, que era minha primeira médica... Eles chegaram trazendo a renovação, a energia que faltava pra que tudo desse certo.
Entao com toda essa ajuda, dei muitos gritos, berrei mesmo, fiz muita forca e ela apareceu! Com uma circular de cordão, mal encaixada e com os dois ombros ao mesmo tempo, do jeito que ela quis!
Incrível! Sentir ela sair foi a melhor sensação do mundo! Nao senti esse circulo de fogo, assim como nao senti forca igual a de fazer coco, mas assim foi o meu parto.
Lembro da alegria que contagiou a sala depois do nascimento da Felipa e lembro da gratidão que senti por todos aqueles profissionais que estavam ali, que fizeram do meu parto único, intenso e inesquecível.
Nao poderia deixar de agradecer o meu companheiro Maurilio, que foi maravilhoso no parto. Me apoiou, me ajudou, me incentivou, acreditou em mim, vibrou, chorou e comemorou muito chegada da nossa filha tão querida.
Obrigada mesmo! Que a minha filha seja muito feliz!
Luana



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Mitos e Fatos

Ao ouvir diversas histórias sobre partos, deparei-me com uma gama de relatos sobre mulheres que desejavam parto normal e por "n" motivos acabaram submetidas a cesariana. Quando escuto essas histórias procuro me aprofundar um pouco mais em seus relatos e entender o motivo destas terem submetido-se a este tipo de intervenção, o absurdo é que na maioria das vezes, e quando digo na maioria das vezes quero dizer praticamente sempre, esse procedimento foi praticado sem necessidade. Os motivos que escuto são:
- Bebe pós-termo
- Falta de dilatação
- Bacia estreita
- Circular de cordão
- Placenta Envelhecida
- Bolsa Rota
- Estreptococos Positivo
Enfim....Para tentar desmistificar estas questões e auxiliar vocês que estão gestando ou pretendem gestar, vou postar aqui no blog uma lista de mitos e fatos que foi publicada no site da Parto do Principio e que acho super interessante e bem esclarecedora:
                                        Fonte: www.partodoprincipio.com.br - Postado por Ana Cris Duarte

Namaste
Nati
MITO
EXPLICAÇÃO
FATOS
Falta de Dilatação
Muitas mulheres hoje em dia dizem que não conseguiram ter um parto porque tiveram falta de dilatação.
Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.
Bacia Estreita
Uma mulher com bacia estreita não teria espaço para a passagem do bebê
Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição. Além disso, tecnicamente é impossível saber se o bebê não vai passar enquanto o trabalho de parto não acontecer, a dilatação chegar ao máximo e o bebê não se encaixar.
Parto Seco
Um parto depois que a bolsa rompeu seria uma tortura de tão doloroso.
A verdade é que depois que a bolsa rompe o líquido amniótico continua a ser produzido, e a cabeça do bebê faz um efeito de "fechar" a saída, de modo que o líquido continua se acumulando no útero. Além disso o colo do útero produz muco continuamente que serve como um lubrificante natural para o parto.
Parto Demorado
Um bebê estaria correndo riscos porque o parto foi/está sendo demorado.
Na verdade o parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar 3 dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão tranquilizador, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.
Bebê passou da hora
O bebê teria como uma "data de validade" após a qual ele ficaria doente
Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.
Cordão Enrolado
A explicação é de que o bebê iria se enforcar no cordão umbilical
O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.
Não entrou/não teve  trabalho de parto
A idéia aqui é de que a mulher em questão tem uma falha que a impede de entrar em trabalho de parto
A verdade é que toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.
Não tem dilatação no final da gravidez
A explicação é que o médico fez exame de toque com 38/39 semanas e diz que a mulher não vai ter parto porque não tem dilatação nenhuma no final da gravidez.
Tecnicamente uma mulher pode chegar a 42 semanas sem qualquer sinal, sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.
Placenta envelhecida
A placenta ficaria tão envelhecida que não funcionaria mais e colocaria em risco a vida do bebê
O exame de ultra-som não consegue avaliar exatamente a qualidade da placenta. A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres têm um "envelhecimento" normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerado anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.