Início Sobre Mim Contato Relatos de Partos
Sejam Bem Vindas (o), finalmente consegui colocar meu blog no ar, espero poder mantê-lo sempre bem atualizado. Criei este blog no intuito de ajudar gestantes e futuras gestantes a se informarem mais sobre o processo gestacional vivido ou desejado... Por vivermos em um mundo capitalista e consumista hoje quando engravidamos a primeira preocupação sempre é com enxoval, quarto, chá de bebe etc... E esquecemos um pouco desse processo de tamanha magnitude que é gestar, dar a vida a um outro ser. Infelizmente mais de 50% das mulheres hoje fazem cesaria por opção, pois para elas não mais existe outra forma de "dar a luz", e ter um parto natural sem intervenções usufruindo dos benefícios do próprio corpo, é totalmente absurdo e totalmente anormal.
O nosso principal trabalho é o condicionamento da mente porque o corpo já está pronto. Lembrando sempre que a cesariana é um ótimo recurso se bem indicado, então não somos contra esse tipo de interferência! Aqui no blog postarei alguns artigos que possam ajudar no condicionamento da mente e preparo do corpo! Espero que gostem e por favor postem também opiniões, sugestões etc....

Grata

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Relato de Parto - Fabiana

Meu parto foi a experiência mais forte, intensa que já tive na minha vida, claro que parece um exagero, mas realmente é incrível, marcante e inesquecível.
Antes de mais nada pesquisei muito na Internet, depois de tomar a decisão junto com o marido e o Felipe (pois essa é uma decisão que envolve os três), fomos atrás das pessoas que pudessem nos ajudar nessa grande jornada.                                                                                                                      Lembrando que eu tenho uma cesárea anterior e tive diabete gestacional nas duas gestações, o que para qualquer médico "normal, cesarista" seria impossível até de pensar em um parto normal, muito menos Ativo, e foi exatamente por causa dessa experiência que dessa vez queria tudo diferente, por isso me aprofundei mesmo no assunto, para não ser levada a tomar decisões sem ter total certeza das consequências.                                                                                                                                                                      Fui em vários GO´s que me indicaram cesárea de cara, ou falaram que só na hora para saber (pura enrolação), até que comecei a pesquisar na Internet e encontrei a Dra Debora (GO, a melhor), eu já estava com quase 7 meses, ela que me indicou a fofa da Nati (Doula) e a pediatra Dra Sandra (outra graça), equipe definida, os preparativos estavam só no começo. 
Eu e o marido vimos muitos filmes e vídeos de partos, lemos muitos livros e nas últimas duas semanas antes do Parto, a partir da 38º semana, comecei uma série de exercícios que fazia todos os dias, inclusive subir escadas de dois em dois degraus, tomei muito chá de canela, acumpultura, tudo para ter um parto lindo e do jeito que eu sonhava.
Poucas pessoas sabiam dessa minha escolha de parto, pois a maioria das pessoas não tem o conhecimento do assunto e são simplesmente contra, mesmo sem entender os benefícios desse tipo de parto,  num mundo onde todo mundo faz cesárea e antes das 40 semanas, que é mais prático e pronto, é difícil explicar que esperar e ter as tais dores é vantagem para mãe e bebê.                                           
Por isso algumas poucas amigas sabiam dessa escolha e as que sabiam, a maior parte, me criticou e me chamou de louca, nessas horas o mais importante é  ter certeza do que os três envolvidos querem (papai, mamãe e bebê) e essa certeza nós tínhamos.


O Trabalho de Parto:

            A ansiedade foi só aumentando e nada das dores chegarem, a 40º semana bateu na minha porta, dia 24 de abril (Páscoa) entrava na 41º eu já estava agoniada.

Na sexta-feira da paixão 22 de abril, comecei a perder o tampão, foi uma alegria imensa, ver aquela gosma (parece um catarro bem clarinho ou a clara de ovo) saindo no papel, mas como o Felipe sempre foi bem tranquilo em relação a data que ele queria nascer, o tampão foi saindo aos poucos, ficamos nesse lenga, lenga, sexta-feira, sábado e domingo, na segunda-feira pela manhã uma contraçã    o e uma grande alegria invadiu o meu peito, mas alarme falso, não engrenou.                                                                                                                                                
Segunda-feira 25 de abril, as pessoas já estavam desesperadas porque passou da data, existe uma pressão muito grande da sociedade e claro influencia e muito, nem o Arthur escapou, na escola todo dia perguntavam para ele se o irmão já tinha nascido, "essa parte foi muito chata", ele é criança, já estava asioso e teve que faltar na escola por causa dessa pressão toda.  dessa pressão toda.     
Fui na Dra Debora e ela constatou 1 cm de dilatação e perda do tampão, então resolvemos fazer um procedimento chamado "descolamento das membranas da placenta", que ajuda a entrar em TP, fizemos e doeu, mas doeu muito muito mesmo, suei frio,  mas aguentei firme e forte porque o Arthur e o Nê (marido) estavam no consultório na sala ao lado, ufa, 3 cm de dilatação, depois disso mais uma sessão de acumpultura, saímos de lá e as contrações começaram...     
Fomos ao shopping pois já tinha prometido ao Arthur e também era nosso rodízio e depois tínhamos que ir ao Hospital fazer uma cardiotoco, no shopping tive várias contrações, algumas de 5 em 5 minutos, outras de 10 em 10 minutos, tudo muito irregular, mas com certeza o processo já estava começando e eu estava numa euforia sem fim. 
z umas 21h00, fiz uma cardiotoco a médica constatou que o Fe estava ótimo e que as contrações estavam fortes e regulares, fez exame de toque (desnecessário, eu tinha acabado de fazer no consultório) e constatou 4 cm e colo fino, ligou para a Dra Debora e não queria me deixar ir embora, imagina que louca, daí falei com a minha médica (Dra. Débora) que me liberou para ir para casa tomar um banho e relaxar.
Nesse momento bateu uma certa agonia não pelo TP, mas porque não tinha um esquema formado para cuidar do Arthur e isso me desesperou um pouco, ligamos para a tia do meu marido que foi buscar o Arthur lá em casa eram 23h00, as contrações estavam regulares e o Arthur estava dormindo, e foi assim dormindo para a casa da "Ba" como ele chama essa tia e montamos um esquema dele ir para a casa da madrinha de manhã cedo, para não ter que ir para a escola (por causa da pressão).                                                                                                                                                                          Ufa, depois disso já eram mais de 01h00 (terça-feira 26/04) fui tomar um banho bem relaxante e dormir, nesse momento as contrações simplesmente sumiram, me deu uma certa tristeza, mas descansei, acordava e dormia, de vez em quando uma dorzinha, e depois horas sem nada, foi a madrugada inteira assim, as 06h00 levantei e as dores voltaram, de 5 em 5 minutos que alegria, todas as pessoas que estavam com o Arthur ligaram para saber se já tinha nascido e o pior era ter que explicar que ainda não...  
Fomos caminhar pelo bairro eu e o marido, as contrações aumentaram, 3 em 3 minutos, mas depois diminuiam novamente, 5 em 5 minutos, após o almoço conversei com a Dra Debora que falou para irmos para o hospital e lá íamos montar um cantinho bem gostoso e esperar, liguei para a Nati (doula) e marcamos todos de nos encontrar no Hospital São Luiz - Itaim, onde tem uma ótima sala de delivery (para parto natural).                                                                                                                    Os problemas no São Luiz, chegamos lá eu com contrações, e a recepção lotada de mulheres que iriam fazer cesárea, todas com data marcada, quando chegou a minha vez de ser atendida, o atendente perguntou: - Tem reserva? Como assim tenho reserva, estou tendo contração, como eu iria saber que dia isso iria acontecer para fazer a tal reserva? Mais uma vez eu era um "ET", resumindo não teria quarto para nós, entraríamos numa lista de espera com 13 pesssoas na nossa frente,ok, fomos lá.                                                                                                                                       
Mais uma cardiotoco, tudo bem com o Fe, a médica do plantão queria fazer outro exame de toque, falei para ela ligar para minha médica (Dra Debora fofa) que disse que não era para ser feito nada, a plantonista ainda insistiu e pediu para fazer a tricotomia, a qual a Dra Debora também mandou não fazer, passada essa fase super chata, entramos.                                                                                   A Sala Delivery estava ocupada, então ficamos nós 4 (Fabi, Nê, Debora e Nati) numa sala menor para parto normal, sem infra nenhuma, aguardando a sala desocupar, esse momento foi muito lindo, gostoso e importante, a Nati preparou uma sessão de relaxamento sentamos nós 4 no chão, com cheirinhos no ar de canela e menta (que ardeu um pouco meu nariz, rsrsrs), mentalizamos e falamos muitas coisas boas, foi um momento  lindo e muito especial, ficará sempre na minha mémoria e no meu coração, contrações diminuirem.                                                                                                      Logo depois a Delivery desocupou e nos mudamos para lá, isso já eram umas 16h00 e o TP simplesmente parou, fiquei morrendo de fome e sono, pedi um lanche no hospital e mandaram uma torradinha muito ruim e uma sopa (não queria isso de jeito nenhum), então a Nati pegou uns lanchinhos pra mim lá da sala dos médicos (foi a minha salvação), mais um pouco de acumpultura e eu e o Nê ficamos sozinhos na sala, relaxando e tentando dormir um pouco, nisso as horas voaram e já eram 18h00...                                                                                                                                 Depois que descansamos um pouco, a Dra Debora fez outro exame de toque e me disse que estava com 5 cm de dilatação, nesse momento desanimei um pouco, mais de 24 horas em trabalho de parto e o  negócio não andava, depois fui saber a verdade, ainda estava com 4 cm...                                                                                                                                     
Nesse momento o Nê lembrou que trouxemos tudo menos a mala com as roupas do Felipe para a maternidade, vê se pode? Foi até engraçado, trouxemos metade da casa e esquecemos o principal, olha como tava a nossa cabeça, mas depois isso se resolveu com o João "salvador" (irmão do Nê) levando as roupas do Fe.                                                                                                                             Em seguida começamos uma sessão intensa de exercícios, eu, a Nati e o Nê, andamos muito, fiz um monte de agachamentos, eu estava com muito frio e perdendo líquido desde manhã cedo, daí a Dra Debora achou melhor tomar antibiótico pois a minha bolsa estava com ruptura alta desde cedo, e mais de 12 horas assim e como a coisa não progredia, não sabíamos até que horas iria durar esse TP, lá fui eu tomar o antibiótico na veia. 
Como eu estava com muito muito frio a Nati colocou uma bolsa de ervas nas minhas costas, que ajudou a esquentar e aliviar as dores, mas logo depois da sessão de exercícios as contrações voltaram e com força total, nessa hora, tive que tirar a bolsa das costas, pois comecei a suar e o Nê colocou para não ficar segurando, nessa hora as contrações estavam ficando cada vez mais fortes e andando pelo corredor, teve momentos que fiquei de 4  no chão do hospital.                                                                                              
Depois dessa caminhada e dos exercícios as dores ficaram muito fortes e eu quis ir para a banheira, não sei bem quanto tempo se passou, mas tenho a sensação de que até dormi entre algumas contrações, nesse momento eu estava um pouco em transe sem total consciência de tudo que estava acontecendo, essa hora do Trabalho de Parto chamam de "Partolândia", onde as dores estão muito fortes e perdemos um pouco a noção do local, eu brinco que fui para a partolândia e não voltei.                                                                                         
As dores ficaram muito muito intensas, a Dra Debora tinha dado uma saída e eu pirei, comecei a ficar com raiva de estar ali sentindo aquele tanto de dor e gritei um pouco, esmurrei um pouco a banheira e perdi a total noção de que eu tinha escolhido aquilo e que eu queria muito aquilo, estava realmente fora de mim, com muitas dores mesmo, as contrações no começo são como ondas que vem fracas tem um pico e diminuem e te dão um espaço entre elas para respirar e se recuperar, mas nessa fase do trabalho de parto, as dores vem já fortes, tomam conta de todo seu corpo e demoram para passar, e voltam em menos de um minuto, é tudo muito intenso, pedi anestesia...                                                                                
Não estava aguentando e chorei, pedi para o Nê chamar qualquer anestesista, fazer até cesárea (eu realmente descompensei) o Nê brigou comigo porque quase cai da banheira e disse que estava do meu lado e que calma, tudo ia dar certo, a Nati também foi muito fofa, sempre do meu lado, me apoiando, mas eu estava mal, ainda na banheira, vomitei e vomitei muito (outro sinal de Muita Dilatação).                                                                                                                                                 Saí da banheira e estava com 7 cm de dilatação, essa parte já não lembro bem,  mas não estava respirando durante as contrações o que causou queda do batimento cardíaco do Felipe.

 Agora é o que me contaram, 30 minutos depois e nada do anestesista (isso eu lembro), eu não lembro de como estava reagindo, mas sei que chorei e estava com raiva de mim, já estava com dilatação total, 10 cm, e então fomos para o banquinho de cócoras, mas eu ainda não estava com vontade de fazer força e então o anestesista chegou e mesmo ali aos 45 minutos do segundo tempo, tomei a anestesia, (depois fiquei sabendo que eu não estava respirando durante as contrações e os batimentos do Fe estavam caindo, na hora eu não vi isso, nem tinha a
 menor consciência disso).  O anestesista Cassio chegou e aplicou a tal analgesia que foi tipo um relaxante muscular (claro que isso não é o termo técnico), eu sei que tive uma contração muito forte com a agulha nas costas o que deixou o Nê muito apreensivo, e então eu voltei a mim, consegui voltar a respirar e consigo lembrar de todos os detalhes desse momento em diante, a anestesia me deu um tempo, que eu precisava para respirar um pouco sem dor e para retornar da partolândia, respirar sem dor e lembrar de que eu queria tudo isso e queria mesmo e muito, aos poucos o efeito foi passando (essa anestesia dura em torno de 30 a 40 minutos e não perdemos os movimentos nem nada).    
Mais calma e com consciência de tudo, sentindo minhas pernas e as contrações voltando, fomos para o banquinho de cócoras e eu voltei a sentir as contrações e vi quando o Fe coroou, vi seus cabelinhos, coloquei a mão, senti a cabecinha dele e fiz muita, muita força, o Nê me ajudou muito, sem ele não teria conseguido, toda equipe apoiou muito e numa única contração o Fe nasceu, foi inteiro de uma vez, nasceu lindo, alí no chão, como eu sonhei, veio para o meu colo na hora...                                                          
No meu colo ficou quietinho lindo, lindo, emocionante, respirando suavemente, o cordão pulsando e todos muito muito fellizes, Dra Sandra já tinha chegado, não sei bem em que momento foi isso, falou que ele estava ótimo APGAR 10 e 10, lindo, cor linda, olhos abertos, tranquilo, calmo, às 01h36 do dia 27/04/2011 com 3.515kg, perfeito, ficamos naquela posição um tempão, eu no banquinho de cócoras, o Nê atraz de mim, num banquinho, me abraçando e a Dra Debora, Nati, Dra Sandra, Cassio e Liliam (enfermeira muito atenciosa do São Luiz) ali, todos assim em paz e em alfa.                                                       
O Felipe ficou no meu colo muito muito tempo, depois que o cordão parou de pulsar o Nê cortou (muito duro), nesse momento o Fe se jogou do meu colo, foi um sustinho, depois ele mamou e mamou muito, ali mesmo no chão (no banquinho), fez o mecônio em mim, foi tudo tão lindo e emocionante e ficamos ali um tempo imenso e mágico.                                                                         O Fe  ficou o tempo todo conosco e não sofreu nenhum procedimento desnecessário, é nítido como isso só fez bem para ele e para nós. Parto humanizado deveria ser um direito de todos,                   eu apoio essa idéia.                      





Só posso dizer que foi um dos momentos mais intensos de toda a minha vida, é difícil descrever todos as sensações, mas fica aqui um pouco dessa experiência mágica que vivi e recomendo a todas!!!                                                                                                                                                               O meu muito obrigada a todos que participaram desse momento comigo, e me ajudaram, tenho certeza de que só foi especial porque todos vocês foram maravilhosos, a equipe fez toda diferença.





1 comentários:

Matsunaga disse...

Qual o nome da Médica?

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